Eu sou mesmo um tanto complicado. Acordei hoje com algumas possibilidades de me divertir. Ontem acabei não saindo. Hoje, um amigo me convidou para ir ao aniversário dele. Não conheço ninguém. Então não fui. Eu gosto muito desse meu amigo. Rola uma energia bacana entre nós. Além disso, eu sei o quanto é importante pessoas queridas aparecerem em nosso aniversário. Também tinha a opção de ir a uma palestra. Havia combinado com a minha avó. Mas acabei não indo. Disse que ia. Por que eu não disse que não irria, quando já sabia que não iria. É, porque algo dentro de mim dizia que eu não iria. Agora, me resta ir a uma galeria, sentar no café e conversar. Mas só tem gente mais velha. Um programa meio triste. Também, o cara que vai, só faz os programas dele. Sabe a pessoa que está acostumada a fazer tudo do jeito dele?
Mas eu reclamo desse tipo de comportamento e pareço fazer exatamente isso. Saba, estou me dando conta do quanto sou egoísta. Não adiante eu projetar no outro o meu egoísmo. Se fulano só faz o que quer, o problema é dele. E a vida não tem que ser assim? Não temos que fazer o que queremos? E eu tenho medo de fazer algumas coisas.
Por exemplo, ontem, um amigo meu me convidou pra sair. Não conheço ele direito e isso foi o suficiente pra eu não ir. Caramba, mas só vou conhecê-lo se no dia que eu for, certo? Ah! mas ele pode me largar sozinho e tal. Mas estou projetando isso! Nossa, que problemático eu sou. E hoje também: não conheço ninguém no currasco, só o aniversariante? Não vou; o outro me chamu pra ir a galeria, mas nunca faz o que eu quero? Não vou. Que coisa. Acho que não sei ceder. Ou melhor, eu cedo, mas nunca sei o que quero.
É como se eu ficasse ocnstantemente confuso. Não sei o que quero. Não me dou ao luxo de decidir. Deixo que decidam por mim. Mas penso que não sou vítima. É como se fosse mais confotável isso. Em algumas ocasiões, percebo que tenho o poder de dcidir e não decido. É complicado. Nem percebo esse poder, muitas vezes. Ou acho que não sei usá-lo. E qual seria a saída? Decidir sem pensar em consequências? Fazer as coisas e pronto.
Hoje mesmo, telefonei algumas várias vezes para meu irmão, queria convidá-lo para ir à tal palestra comigo. Mas ele não atendeu o celular. Talvez tenha viajado. Enquanto ligava, pensava: puxa, ele não tem me ligado muito. Quase não me procura. Só faz o que quer. E eu?
Quando vou ao teatro novamente? Algo que tenho tanta vontade de fazer! E o show de dança que eu queria comprar? E aquela viagem? Puxa, eu viajei sozinho ano passado! FIquei internado em um SPA, como bloguei aqui! Então por que eu não viajao sozinho outra vez? O que me impede?
Eu posso pegar um ônibus, um táxi ou o avião e partir. Tenho tantas possibilidades! E, talvez justamente por isso, pelo excesso de possibilidades, eu não faça nada! São tantas as facilidades que, para a vida ficar mais agitada, menos monótona eu crio confusões mentais. Eu sei que não é bem assim. Também não sou esse vilão. Mas chega! Não quero mais arrumar desculpas para mim.
Não saio pra noitada porque estou gordo! Fui ao SPA, mas engordei tudo outra vez. São tantos doces. Acho que vou jogar TODOS fora! No lixo! Dar pra alguém! Levem! Afinal, vou ficar 20 dias aqui. Meu pai viajou. Minha irmã também. Então as coisas tme que funcionar do meu jeito. Alimentação mais light. E não tendo besteira, eu não vou comer. Não vou sair pra comprar. Não sou desse tipo. Posso pedir. Um sanduíche do Mc Donald's, um top sunday! Mas mesmo assim, é menos nocivo do que biscoitos amanteigados, pedindo apra serem devorados às 04h30 da madrugada.
E estou aqui, blogando, escrevendo muito, despejando a minha ira, a minha angústia e com a consciência de que, cada teclada, é um segundo que passa. Daqui a pouco anoitece e pronto. Não fui a galeria. Não fui ao churrasco. Não li direito. Não vi um filme. Não saí.
E vem a noite: telefone, chat, zoação, xingamento. Pronto. Só isso. Filme pornô. Reza. Teclando outra vez. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Bum! Apaguei! Dormi! E chega o domigo...
E o domingo passa. Passa? E chega a segunda-feira! Então, encontrarei o meu grupo de literatura, lerei um poema meu e pronto. Dormirei. Tudo igual. Algumas coisas prazerosas? Sim! Mas e o contato humano? O contato real: pós-evento literário. No dia a dia. Não tenho um amigo que eu vá chamar pra ir ao cinema e vá topar! Eu não tenho. Eu dependo sempre da vontade do outro. Da sugestão do outro. E isso me irrita.
É que eu conheci esse grupo agora. Não tenho colegas de infância. O único colega, amigo de adolescência, adora notiada e eu não sou de me jogar. Não me sinto à vontade. Sei lá, se eu tivesse um namorado, apertaria minha cebça contra o peito dele e passaria essa tarde vendo um filme romântico. Comeria pipoca junto com ele, na sessão das 18h. Jantaria em um bom restaurante. Iria ao TEATRO! Iria à Paris, à India, à Marrakesh. Esse papo tá qualquer coisa...