quinta-feira, 28 de julho de 2016

Medo de entrar no box

Hoje, enfim, sairei de casa. Irei à nutricionista. Sempre fico ansioso antes de ir lá. Ela pede para fazer exame de bioimpedância, que é para ver peso, músculo, essas coisas. Tenho que ficar três horas sem ingerir alimentos e nem água. Também é em uma cidade vizinha. Levo praticamente uma hora e meia para ir e uma hora e meia para voltar.

Tentarei, depois da consulta com a nutricionista, passar na casa dos meus avós. Meu avô quer que eu escreva um livro com ele. Não sei se estou disposto a fazer pesquisa sobre o tema que ele quer abordar. Sinto uma cobrança e não gosto disso: ser cobrado. Tenho muito problema com isso. Depois, com mais calma, escreverei a respeito do assunto. Meu psiquiatra anterior ao que estou me tratando hoje em dia não me diagnosticou, mas disse suspeitar que eu tenha transtorno de borderline. Li em um blog, depois vou pesquisar, para passar o link aqui sobre portadores desse transtorno. Muitos possuem dificuldade em trabalhar. Será que tenho esse transtorno? Olha eu novamente em busca de um rótulo.

Preciso tomar banho para não me atrasar para ir à nutricionista. Quando estou em momentos mais delicados, de crise, sinto um certo medo de entrar no box. Isso já aconteceu com você? Mas depois que entro gosto de sentir a água batendo em meu corpo e passo o banho rezando ou cantando. Também costumo ouvir rádio quando estou tomando banho. Não gosto do silêncio do banheiro. Tem eco. É meio louco isso, mas é assim que sinto.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

De repente esperança

Ontem escrevi aqui que minhas semanas costumam começar na quarta-feira. Acontece que hoje tive bastante dificuldade para sair de casa para a terapia. Resultado: aqui estou, em casa. Um pouco confuso. Mas tentando manter a serenidade. Nessas horas a minha fé fica um pouco abalada. Não a fé em Deus, mas a minha crença na doutrina que sigo. Não quero polemizar, pois o blog não é sobre religião. No entanto, não posso deixar de citar algumas coisas.

Eu simplesmente passo a questionar a religião que tento seguir. E procuro estudar outra, que não me aceita como eu sou. Que fala muito em pecado. Não aceita a homossexualidade, pois faz uma leitura mais literal da Bíblia. O espiritismo, a doutrina que eu tento seguir, apesar de algumas fraquezas, cobra demais da pessoa o trabalho. Mas também considera trabalho qualquer atividade útil. Então escrever aqui e tentar ajudar alguém é trabalho. Ok, mas aí vem a minha cobrança: deveria estar trabalhando como a maior parte das pessoas. Só que não consigo me ver em uma sala, trancado oito horas por dia. Sequer consigo fazer uma faculdade. Tranquei e não voltei mais. Ainda estou muito longe dessa meta de trabalho.

Uma das atividades que me ajudava a sentir-me útil foi o trabalho voluntário no Centro de Valorização da Vida. Eu trabalhei lá, mesmo com pensamentos suicidas. Meu psiquiatra anterior ao que estou atualmente me dizia que não era bom para mim, pois ainda estava com pensamentos suicidas. O dono do centro espírita que eu frequento me disse que não era bom, pois eu podia pegar energias negativas, já que não estava preparado. Só o meu terapeuta acreditou em mim, quando eu dizia estar expurgando os pensamentos suicidas e o egoísmo através daquele trabalho voluntário.

Paralelamente ao trabalho voluntário no CVV, comecei a frequentar, por orientação do meu terapeuta os Neuróticos Anônimos. Me ajudou bastante também a perceber o meu egoísmo e me livrar dos pensamentos suicidas. Mas tive um problema no CVV. Prefiro não falar sobre ele, pois estou pensando em voltar ao CVV.

Está vendo, apesar de tudo tenho planos para o futuro. Pois é. Valeu a pena vir até o blog e começar a escrever. Olha a esperança renascendo. Não perco a minha fé. Existem vários caminhos. Deus me conhece e eu não preciso sofrer mais do que sofro, procurando religiões que não aceitam a homossexualidade. Deus me ama como eu sou. Pois sou um cara bom. A fase está um pouco difícil? Sim, está. Mas outras fases difíceis já surgiram. Já passei por dificuldades tantas e aqui estou. Devo pensar em meus amigos, na minha família e ser grato. Gratidão, para, só por hoje, não perder o controle emocional.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Isso também passa

Estou a espera da resposta do editor sobre o livro que escrevi. Essa espera já dura uns dois meses. Semana retrasada ele me disse que responderia no final de semana passado. Mas até agora nada. Um pouco ansioso. Quero e preciso que esse livro seja publicado.


Sinto que devo uma satisfação à sociedade. Não concluí o Ensino Superior. Não trabalho. Escrevo. Não tenho saído para eventos literários. Pouco tenho saído de casa. Sim, é uma fase. Talvez os estabilizadores de humor funcionem. Ainda há esperança. Não quero perder a esperança. Mas a verdade é que estou passando por uma fase bastante difícil. Vou superar. Vai passar. Tudo passa.

Semana começa na quarta-feira

Minha semana parece começar na quarta-feira, dia em que tenho que sair de casa para a terapia. É numa cidade vizinha a minha e isso faz com que eu demoro certa de 1h15 para ir, mais 2h de sessão, depois cerca de 30 minutos comendo algo, cerca de 1h30 até o centro espírita que passei a frequentar, mais 1h20 no centro e 30 minutos até a minha casa. Então, quarta é um dia em que eu fico longe de casa por bastante tempo.

Quinta também tenho compromisso: reunião dos Neuróticos Anônimos. Leva 2h. Na sexta não tenho nada. Mas já está com cara de final de semana.

O que eu faço nos dias em que não tenho nada para fazer? Procuro manter a rotina de ler um pouco, escrever e assistir a um filme.


Estou com dificuldade para ler há algum tempo. Livros mais informativos são tranquilos, mas analíticos são mais difíceis. O meu psiquiatra disse que é porque estou com a concentração ruim ainda. Não sei se é isto. Acontece que me sinto sufocado ao ler ou assistir a um filme um pouco mais dramático. Escrever, consequentemente, tem sido mais difícil, já que esses combustíveis (livros e filmes dramáticos) “estão em falta”. Então me falta inspiração, mesmo assim, às vezes “baixa o santo”. Na próxima postagem escreverei mais sobre este assunto.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Sem rótulos

Estou tentando retomar este blog mais uma vez. Muita coisa mudou. Troquei de psiquiatra. Os remédios também foram alterados. Agora estou tomando dois estabilizadores do humor: Aristab e Lamitor. O psiquiatra tirou o Geodon e o Dorene.

Introduzir o Aristab foi muito difícil. Sério, eu passei por maus bocados. O psiquiatra me disse para substituir o Geodon por ele. Então tomava à noite. Vivi momentos terríveis de insônia. Nem o Dormonid fazia efeito. Foi então que tive a ideia de tomar pela manhã. O psiquiatra disse que não fazia diferença. Mas a diferença foi enorme.

Passado o período de adaptação do Aristab, as manhãs passaram a ser mais felizes. Eu tinha muita dificuldade com a manhã. Agora passei a gostar dela. Não estou madrugando, pelo contrário, tenho acordado no final da manhã, mais ou menos às 11h. Mas existe uma rotina. Assisto a um telejornal. Sei lá, há sentido que não existia pela manhã.

O Lamitor ainda estou com uma dosagem pequena. Fiquei um mês com 25 mg, agora estou com 50 mg. Sem Dorene de manhã e no final da tarde.

Falando em tarde, este período tem sido bastante difícil. Penso: deveria estar trabalhando. Mas ainda não tenho condições. Então só me resta aceitar isso e me adaptar a esta dificuldade.


Pensei em mudar de blog, criar um novo, porque não estou mais diagnosticado como depressivo. Estou sem diagnóstico, com um transtorno de humor. O psiquiatra disse que não iria me rotular. Sem rótulos, tudo bem, embora eterno insatisfeito, eu me pegue pensando, de vez em quando, e até pesquisando sobre transtornos. Hoje mesmo fiz teste para avaliar se sou bipolar. Em 2013 recebi o diagnóstico de bipolar e fiquei muito preocupado. Depois de ser internado troquei de psiquiatra. Ele trocou os remédios e eu fiquei sem diagnóstico. Mas, voltando ao teste, é um teste online em um blog sobre psiquiatria. O resultado mostrou que tenho chance moderada de ter transtorno afetivo bipolar. Chance moderada quer dizer o quê? Meio termo? Nem sim, nem não. Sem rótulos.