Hoje aconteceu algo desconfortante, mas não propriamente novo. Na tentativa de retomar as atividades que estava fazendo, liguei para um curso e disse que passei por um problema de saúde, mas gostaria de retomar as aulas.
Após desligar o telefone me deu uma sensação de que não fui eu quem falou com a atendente. Já senti isso antes. É bem desconfortável e difícil de descrever. Como se eu estivesse distante da realidade. Como se a realidade fosse um filme. Acho que é isso que o meu ex-psiquiatra chamava de desrealização.
Agradeci a Deus por ter conseguido ligar, sabe-se lá como e, mesmo a realidade parecendo distante, a possibilidade de, amanhã, eu ir ao curso me parece real. Fui feliz comunicar à minha irmã. Ela me disse que eu gosto de ficar em casa, que estou com quase 40 anos e que tenho que descobrir algo que me dê prazer, que eu recomeço para desistir depois. Então desisti de argumentar e saí de perto.
Apesar de querer provar aos outros que sou capaz, tenho é que provar a mim mesmo. Um dia de cada vez. Na base do só por hoje, só por agora.
Não adianta nada eu ficar chateado com o que os outros fazem ou deixam de fazer. Minha irmã também disse que só crescerei quando decidir fazer as coisas que não tenho vontade de fazer.
Acho que cresci muito ao longo desses anos. Passei por poucas e boas. Então o que eu quero dizer é: se alguém por descuido, insensibilidade ou por qualquer outra razão disser coisas sobre você que não condizem com a sua realidade, reflita e delete aquilo que não presta.
Ela tem razão quando diz que devo fazer coisas que não quero. Acho que a vida da maior parte das pessoas funciona assim: há uma oscilação entre momentos de extremo prazer e alguns mais complicados, difíceis, desagradáveis. Muita gente trabalha para ganhar dinheiro, se sustentar, mas não trabalha com aquilo que gosta, só para citar um exemplo. Mas descordo quando ela diz que eu gosto de ficar em casa. Também discordo que seja uma questão de somente ter força de vontade.
O meu atual psiquiatra me disse que tenho um transtorno de humor, mas que não iria me rotular, ou seja, não sei se sou depressivo, se tenho transtorno de humor. Sou um neurótico em recuperação. Aprendendo a conviver com transtorno sem levar uma vida transtornado.
Hoje é dia de recomeçar. Toda a hora, cada segundo, é tempo de recomeçar. Nunca é tarde para ir atrás dos seus sonhos. Siga em frente. Mesmo quando tudo parece dar errado, o tempo passa, as coisas se amenizam e aprendemos com as nossas dificuldades. Crescemos. Amadurecemos. Passamos a respeitar os nossos momentos.
Convivo com transtornos mentais há mais de 15 anos. Aqui compartilho com você minhas angústias, expectativas, vitórias e superações. Se você tem alguma doença mental ou emocional, se você sente dificuldades no seu dia a dia, fique comigo! Vamos trocar ideias para que nossas vidas sejam mais tranquilas e melhores a cada dia. Aprender a vencer os obstáculos, quando der, e a conviver com eles, se for o caso. E se você não tem nada, ou seja, pensa que é normal, seja bem-vindo(a) também!
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Alguém lê o blog?
Hoje estou um pouco desconfortável emocionalmente. Mas vai passar. Na verdade, não sei como tenho suportado ficar tanto
tempo, tantos dias em casa. Não sei como não tenho me afogado na solidão. Lendo
“O Poder do Agora”, “Novo Mundo” e “O Poder do Silêncio”, ambos publicados pela editora Sextante e escritos por Eckart Tolle, aprendi a não dar
tanta importância aos pensamentos. Hoje já sei que os pensamentos não sou eu.
Muitas vezes há o querer e o pensar não condiz com ele. Minha essência é mais
profunda do que os pensamentos. Acho que
foi isso que li nos três livros citados: pensamento é ego. Quando estamos identificados
com o ego, estamos identificados com o pensamento. Não sei bem se foi isso o
que eu li, pois minha memória é ruim. Mas sei que não devo me identificar com o
pensamento. Então, se não estou tão bem assim agora, deixa pra lá. Tentei
continuar a ler “Assim Falou Zaratustra” (editora Companhia das Letras), do Nietzche, mas comecei a sentir um peso. Então
acessei um site de jogo de buraco e joguei uma partida. Depois postei na página
que eu tenho no Facebook e daqui a pouco vou postar esse texto no blog. Aliás,
é estranho escrever que irei postar no blog daqui a pouco, porque você
leitor(a) estará lendo no tempo presente. hahaha
Estou seguindo o fluxo do
pensamento. Escrevendo sobre o que está acontecendo. Despejando aqui. Sei lá, é
uma maneira de fazer algo, me sentir útil. Não sei se alguém continua a ler o
blog, mas estou aqui, escrevendo. Vou fazer uma pesquisa com calma e encontrar
outros blogs sobre transtornos mentais, experiências de superação, essas
coisas. Vou ficando por aqui.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Sem Rivotril
Estou há duas semanas e dois dias sem Rivotril e nenhum remédio para controlar a ansiedade e induzir o sono. Pensei que seria impossível. Por mais de cinco anos fiz uso contínuo de Rivotril. Quarenta gotas. O desmame durou 20 semanas. Foi muito difícil. Senti bastante ansiedade. Pensei que não fosse suportar. Mas confiei muito em Deus para me sustentar quando tudo parecia impossível e no tratamento psiquiátrico. A terapia cognitivo-comportamental me ajudou bastante, com técnicas de respiração e meditação. Agora estou mais confiante em mim.
Duas conquistas importantes
Semana passada eu fiz duas coisas que me deixaram
muito feliz: consegui sair de casa para eventos sociais.
Na sexta-feira fui ao aniversário da minha cunhada.
Não nutria muita simpatia por ela e acho que era recíproco. Mas pensei: devo
ir, pois o meu irmão ficará feliz e será uma oportunidade de ver meus
sobrinhos. Chegando lá me sentei e fiquei contemplando as pessoas. Estava com
um estado de espírito diferente. Muito introvertido. Bastante tímido. Digo
estado de espírito porque às vezes eu estou mais fluido, conversando melhor,
então não sei exatamente o porquê, mas estava quieto, no meu canto. No entanto
havia saído de casa. Estava na rua. Em um aniversário. Não me sinto confortável
em quase nenhum aniversário. Para comemorar algum aniversário meu faço um
esforço hercúleo e isso se transfere para os meus amigos. Trauma? Talvez...
Depois eu posto com mais calma sobre isso. Não quero perder o foco.
O fato é que durante o aniversário da minha
cunhada, um dos meus irmãos, o marido dela, notou meu desconforto e me ensinou
uma técnica que ele usa para conversar com as pessoas e a conversa fluir:
repetir a última palavra que a pessoa disse. Por exemplo: “Hoje fui à loja que
Fulano me indicou e comprei um tênis.” “Um tênis...” Ele explicou que agindo
assim damos espaço para o interlocutor falar mais dele. No fundo o que as
pessoas mais querem é falar sobre elas mesmas. Mais ou menos o que o meu
terapeuta me disse outro dia: “No fundo o que as pessoas mais querem é serem
aceitas”. Mesmo assim não consegui usar a técnica com os outros convidados.
Estava literalmente travado. Não conseguia dar retorno às conversas.
Apesar de um momento especialmente constrangedor,
quando meu irmão me deixou sozinho com um rapaz que começou a me questionar a
respeito de alguns assuntos, o tempo passou, a festa acabou e eu marquei
presença. Foi um exercício árduo. Porque estava muito preocupado com o que as
pessoas estavam pensando ao meu respeito. Olha o meu ego falando mais alto. Não
consegui enxergar as pessoas como minhas irmãs. Mas conseguir ir. Isso foi uma
vitória.
No dia seguinte, no sábado, fui convidado para ir
ao Maracanã, assistir à final da seleção brasileira. Estava em um ambiente
menos “hostil”, porque não exigia que eu mostrasse o meu lado intelectual. A
única preocupação foi com comentário homofóbico, que não aconteceu ou com
alguma briga, que quase aconteceu ao meu lado, mas não ocorreu.
Durante toda a partida me mantive conectado a Deus
e no tempo presente. Houve apenas um momento estranho, quando senti alguém
dando peteleco na minha orelha esquerda. Virei par trás depois de uns trinta
segundos e vi uma criança. Ela fez um gesto dizendo “não fui eu”, virei
imediatamente para frente e nada mais aconteceu. Quando a seleção fez o último
gol e consagrou-se campeã, um casal de amigos da minha irmã, que estava ao meu
lado, me abraçou e pulou, consegui dar três pulinhos junto com o resto do
Maracanã todo. Ao longo da partida fiquei muito contido, sem gritar, sem
algazarra, para a ansiedade não aumentar. Depois da partida fui contagiado pela
magia do momento e até cantei algumas musiquinhas. Coloquei a mão no bolso para
pegar um dos meus dois estabilizadores do humor e me dei conta de que vaia
esquecido em casa. Então a minha ansiedade aumentou. Não falei nada a ninguém.
Minha irmã me perguntou se algo estava acontecendo. Então expliquei a ela.
Depois da partida fui convidado para ir a uma
festa. Fiquei horas sem o tal estabilizador do humor. A ansiedade diminuiu.
Consegui interagir na festa. Enfim, deu tudo certo.
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
Consegui sair de casa
Quarta passada eu consegui sair de casa depois de duas semanas. Ontem e hoje tinha compromisso, mas acabei não indo. No entanto, sair na quarta foi uma vitória. Vamos em frente.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Melhor, mas ainda isolado
Estou realmente me sentindo melhor, graças a Deus. Menos raiva congelada. Mas aceitação dos fatos. Mais acomodação? Acho que já escrevi por aqui uma frase que o psiquiatra me disse na última consulta: "Viva a vida como der". Ontem minha irmã ne fez a seguinte pergunta: "Você não está mais saindo de casa?" E completou: "Sua força de vontade tem que ser maior do que as suas desculpas". Concordo: muitas vezes arrumo desculpa para as cousas, mas discordo a respeito da força de vontade.
Não acho que estou feliz em estar bastante tempo em casa. Não sinto isso como algo agradável. Apenas estou me sentindo melhor e ainda em casa. Por exemplo, na quarta-feira eu me arrumei, mas não consegui ir à terapia. Eu estava pronto. Foi mais firte do que eu. Também não consegui ir à academia esta semana. Sei lá, talvez a minha irmã esteja correta. Talvez eu deva me esforçar mais.
Sinto que cada dia é um novo desafio. Estou sempre recomçando, porque quando desisto penso: "amanhã conseguirei". Estarei eu postergando?
Quando penso que conseguirei algo amanhã, eu realmente acredito que será possível.
Tentei a meta de uma postagem por dia aqui, mas esta semana acabei não cumprindo. O importante é que hoje consegui. Então estou melhor. A semana está no fim. Pode ser que a próxima seja melhor. Eu creio. Há um sonho. Há esperança. Por agora isso me basta.
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Parece que estou mais disposto
Estou feliz e grato a Deus, pois hoje acordei mais disposto a viver. Não estava com pensamentos suicidas, mas muito apático. Meu psiquiatra chegou a falar em letargia. Palavra que eu detesto, ele não sabe, mas estava meio letárgico mesmo. Hoje falei com o personal que iria treinar. Acontece que ele estava se sentindo mal. Confesso que minha preguiça ficou feliz, mas se ele estivesse se sentindo bem eu iria treinar. Isso é uma vitória, já que há mais de um mês eu não treino. Estava com um cansaço mental e emocional paralisante. Pensei que fosse a depressão batendo em minha porta. Ontem, antes de dormir, pedi com toda a força do mundo a Deus que eu levantasse mais disposto e Ele me escutou.
Também fiz um exercício interessante que aprendi no espiritismo, mas nunca havia feito: escrevi no papel coisas que eu tinha deixado de fazer ou ações erradas da minha parte no dia de ontem.
Vamos ver se consigo realizar outras tarefas hoje.
Também fiz um exercício interessante que aprendi no espiritismo, mas nunca havia feito: escrevi no papel coisas que eu tinha deixado de fazer ou ações erradas da minha parte no dia de ontem.
Vamos ver se consigo realizar outras tarefas hoje.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
A importância de acreditar em Deus
O fim de semana foi bem mais tranquilo do que eu imaginei. Ontem consegui estar sereno e sem ansiedade o dia inteiro. Graças a Deus. Hoje gostaria de compartilhar com vocês um pouco dessa experiência importantíssima em minha trajetória, em minha vida: a fé em um Poder Superior a mim, às pessoas. Eu chamo esse Poder Superior de Deus.
Não sei se já comentei antes, mas faço parte, desde o ano passado, de uma irmandade chamada Neuróticos Anônimos (N/A). Por isso mudei o endereço do blog e o meu pseudônimo. O programa é baseado nos Alcóolicos Anônimos (AA) e, como os demais grupos ou irmandades, como nós nos referimos a esses grupos, N/A se baseia em 12 passos e tradições. É um programa de caráter espiritual e não religioso. Apesar de eu não ser assíduo frequentador dos grupos presenciais, por falta de disciplina, como já comentei outras vezes aqui, logo que ingressei, ia, sim, com frequência às reuniões e, tantos elas como a literatura de N/A foram muito importantes para que pensamentos suicidas desaparecessem da minha mente. Graças a Deus! Sim, é isso mesmo que você leu: os pensamentos suicidas desapareceram da minha mente depois que eu passei a frequentar N/A e ler sua literatura. A ansiedade diminuiu consideravelmente. E isso eu atribuo a Deus, como eu vim a conhecer em N/A, como eu O concebo.
Talvez você não creia mais em Deus e tenha uma visão materialista do mundo. Mas, provavelmente, isso se dá devido a visão distorcida que você sempre teve de Deus. Pois nos apresentam um Deus punitivo e muito rigoroso. Que nos enche de complexo e culpa.
Quando eu era criança a minha fé era bem diferente da que eu tenho hoje em dia. Eu acredita em Deus sim, como um Poder Superior a mim, mas não tinha religião. Era bem mais fácil. N/A não é um programa religioso. Então acho que é esse Deus que o programa nos apresenta.
Quando conheci N/A já tinha uma religião: o espiritismo. Então foi difícil conciliar o programa com a religião. Quando eu me aproximei de N/A, me afastei um pouco do espiritismo. Pareciam duas propostas incompatíveis. Mas era imaturidade minha. Hoje, depois de um ano e alguns dias - preciso verificar quando ingressei em N/A, não lembro a data exata) -, posso dizer que estou começando a conciliar o espiritismo com N/A. Mas o blog não é sobre religião e nem sobre N/A e sim sobre transtorno mental, sobre minhas experiências.
O que eu quero dizer é que, no meu caso, acreditar em Deus, numa força superior a mim, para a minha cura, porque é possível ser curado da doença mental e emocional (eu acrescento a palavra espiritual), é imprescindível. Porque só Deus pode me livrar do egoísmo e do medo, que são as causas de toda doença mental e emocional. Só Ele é capaz de me devolver a sanidade. Não falo de um Deus de nenhuma religião, nem do espiritismo, mas sim do Deus de todas as religiões e inclusive de quem não tem religião. Um Poder Superior a nós seres humanos. Uma Força Maior. Como você conceber. Não importa se é um Luz ou um pensamento. Se tem forma ou não. Pare e pense. Seja humilde pela primeira vez na vida. Se você chegou ao fundo do poço como um dia eu cheguei, talvez não seja difícil tentar se entregar a Deus.
Se para você tudo o que eu escrevi é uma grande bobagem, caso contrário eu já estaria curado, digo com todas as letras: ainda não estou curado, pois eu sou indisciplinado. Mas regressei ao N/A e estou no caminho da cura novamente. Sugiro que você participe de um reunião online para ver se se identifica com a proposta de N/A.
Se você foi curado(a) de outra forma, por favor, deixe um comentário aqui. O diálogo é muito importante. Quero conhecer a sua história. Não sou o dono da verdade. Apenas expus o que eu aprendi até aqui. Um forte abraço.
Se você possui algum blog ou canal do Facebook sobre transtornos mentais, emocionais e espirituais, por favor, deixe o endereço, para que eu possa comentar lá.
Não sei se já comentei antes, mas faço parte, desde o ano passado, de uma irmandade chamada Neuróticos Anônimos (N/A). Por isso mudei o endereço do blog e o meu pseudônimo. O programa é baseado nos Alcóolicos Anônimos (AA) e, como os demais grupos ou irmandades, como nós nos referimos a esses grupos, N/A se baseia em 12 passos e tradições. É um programa de caráter espiritual e não religioso. Apesar de eu não ser assíduo frequentador dos grupos presenciais, por falta de disciplina, como já comentei outras vezes aqui, logo que ingressei, ia, sim, com frequência às reuniões e, tantos elas como a literatura de N/A foram muito importantes para que pensamentos suicidas desaparecessem da minha mente. Graças a Deus! Sim, é isso mesmo que você leu: os pensamentos suicidas desapareceram da minha mente depois que eu passei a frequentar N/A e ler sua literatura. A ansiedade diminuiu consideravelmente. E isso eu atribuo a Deus, como eu vim a conhecer em N/A, como eu O concebo.
Talvez você não creia mais em Deus e tenha uma visão materialista do mundo. Mas, provavelmente, isso se dá devido a visão distorcida que você sempre teve de Deus. Pois nos apresentam um Deus punitivo e muito rigoroso. Que nos enche de complexo e culpa.
Quando eu era criança a minha fé era bem diferente da que eu tenho hoje em dia. Eu acredita em Deus sim, como um Poder Superior a mim, mas não tinha religião. Era bem mais fácil. N/A não é um programa religioso. Então acho que é esse Deus que o programa nos apresenta.
Quando conheci N/A já tinha uma religião: o espiritismo. Então foi difícil conciliar o programa com a religião. Quando eu me aproximei de N/A, me afastei um pouco do espiritismo. Pareciam duas propostas incompatíveis. Mas era imaturidade minha. Hoje, depois de um ano e alguns dias - preciso verificar quando ingressei em N/A, não lembro a data exata) -, posso dizer que estou começando a conciliar o espiritismo com N/A. Mas o blog não é sobre religião e nem sobre N/A e sim sobre transtorno mental, sobre minhas experiências.
O que eu quero dizer é que, no meu caso, acreditar em Deus, numa força superior a mim, para a minha cura, porque é possível ser curado da doença mental e emocional (eu acrescento a palavra espiritual), é imprescindível. Porque só Deus pode me livrar do egoísmo e do medo, que são as causas de toda doença mental e emocional. Só Ele é capaz de me devolver a sanidade. Não falo de um Deus de nenhuma religião, nem do espiritismo, mas sim do Deus de todas as religiões e inclusive de quem não tem religião. Um Poder Superior a nós seres humanos. Uma Força Maior. Como você conceber. Não importa se é um Luz ou um pensamento. Se tem forma ou não. Pare e pense. Seja humilde pela primeira vez na vida. Se você chegou ao fundo do poço como um dia eu cheguei, talvez não seja difícil tentar se entregar a Deus.
Se para você tudo o que eu escrevi é uma grande bobagem, caso contrário eu já estaria curado, digo com todas as letras: ainda não estou curado, pois eu sou indisciplinado. Mas regressei ao N/A e estou no caminho da cura novamente. Sugiro que você participe de um reunião online para ver se se identifica com a proposta de N/A.
Se você foi curado(a) de outra forma, por favor, deixe um comentário aqui. O diálogo é muito importante. Quero conhecer a sua história. Não sou o dono da verdade. Apenas expus o que eu aprendi até aqui. Um forte abraço.
Se você possui algum blog ou canal do Facebook sobre transtornos mentais, emocionais e espirituais, por favor, deixe o endereço, para que eu possa comentar lá.
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Medo de entrar no box
Hoje, enfim, sairei de casa. Irei à nutricionista. Sempre fico ansioso antes de ir lá. Ela pede para fazer exame de bioimpedância, que é para ver peso, músculo, essas coisas. Tenho que ficar três horas sem ingerir alimentos e nem água. Também é em uma cidade vizinha. Levo praticamente uma hora e meia para ir e uma hora e meia para voltar.
Tentarei, depois da consulta com a nutricionista, passar na casa dos meus avós. Meu avô quer que eu escreva um livro com ele. Não sei se estou disposto a fazer pesquisa sobre o tema que ele quer abordar. Sinto uma cobrança e não gosto disso: ser cobrado. Tenho muito problema com isso. Depois, com mais calma, escreverei a respeito do assunto. Meu psiquiatra anterior ao que estou me tratando hoje em dia não me diagnosticou, mas disse suspeitar que eu tenha transtorno de borderline. Li em um blog, depois vou pesquisar, para passar o link aqui sobre portadores desse transtorno. Muitos possuem dificuldade em trabalhar. Será que tenho esse transtorno? Olha eu novamente em busca de um rótulo.
Preciso tomar banho para não me atrasar para ir à nutricionista. Quando estou em momentos mais delicados, de crise, sinto um certo medo de entrar no box. Isso já aconteceu com você? Mas depois que entro gosto de sentir a água batendo em meu corpo e passo o banho rezando ou cantando. Também costumo ouvir rádio quando estou tomando banho. Não gosto do silêncio do banheiro. Tem eco. É meio louco isso, mas é assim que sinto.
quarta-feira, 27 de julho de 2016
De repente esperança
Ontem escrevi aqui que minhas semanas costumam começar na quarta-feira. Acontece que hoje tive bastante dificuldade para sair de casa para a terapia. Resultado: aqui estou, em casa. Um pouco confuso. Mas tentando manter a serenidade. Nessas horas a minha fé fica um pouco abalada. Não a fé em Deus, mas a minha crença na doutrina que sigo. Não quero polemizar, pois o blog não é sobre religião. No entanto, não posso deixar de citar algumas coisas.
Eu simplesmente passo a questionar a religião que tento seguir. E procuro estudar outra, que não me aceita como eu sou. Que fala muito em pecado. Não aceita a homossexualidade, pois faz uma leitura mais literal da Bíblia. O espiritismo, a doutrina que eu tento seguir, apesar de algumas fraquezas, cobra demais da pessoa o trabalho. Mas também considera trabalho qualquer atividade útil. Então escrever aqui e tentar ajudar alguém é trabalho. Ok, mas aí vem a minha cobrança: deveria estar trabalhando como a maior parte das pessoas. Só que não consigo me ver em uma sala, trancado oito horas por dia. Sequer consigo fazer uma faculdade. Tranquei e não voltei mais. Ainda estou muito longe dessa meta de trabalho.
Uma das atividades que me ajudava a sentir-me útil foi o trabalho voluntário no Centro de Valorização da Vida. Eu trabalhei lá, mesmo com pensamentos suicidas. Meu psiquiatra anterior ao que estou atualmente me dizia que não era bom para mim, pois ainda estava com pensamentos suicidas. O dono do centro espírita que eu frequento me disse que não era bom, pois eu podia pegar energias negativas, já que não estava preparado. Só o meu terapeuta acreditou em mim, quando eu dizia estar expurgando os pensamentos suicidas e o egoísmo através daquele trabalho voluntário.
Paralelamente ao trabalho voluntário no CVV, comecei a frequentar, por orientação do meu terapeuta os Neuróticos Anônimos. Me ajudou bastante também a perceber o meu egoísmo e me livrar dos pensamentos suicidas. Mas tive um problema no CVV. Prefiro não falar sobre ele, pois estou pensando em voltar ao CVV.
Está vendo, apesar de tudo tenho planos para o futuro. Pois é. Valeu a pena vir até o blog e começar a escrever. Olha a esperança renascendo. Não perco a minha fé. Existem vários caminhos. Deus me conhece e eu não preciso sofrer mais do que sofro, procurando religiões que não aceitam a homossexualidade. Deus me ama como eu sou. Pois sou um cara bom. A fase está um pouco difícil? Sim, está. Mas outras fases difíceis já surgiram. Já passei por dificuldades tantas e aqui estou. Devo pensar em meus amigos, na minha família e ser grato. Gratidão, para, só por hoje, não perder o controle emocional.
Eu simplesmente passo a questionar a religião que tento seguir. E procuro estudar outra, que não me aceita como eu sou. Que fala muito em pecado. Não aceita a homossexualidade, pois faz uma leitura mais literal da Bíblia. O espiritismo, a doutrina que eu tento seguir, apesar de algumas fraquezas, cobra demais da pessoa o trabalho. Mas também considera trabalho qualquer atividade útil. Então escrever aqui e tentar ajudar alguém é trabalho. Ok, mas aí vem a minha cobrança: deveria estar trabalhando como a maior parte das pessoas. Só que não consigo me ver em uma sala, trancado oito horas por dia. Sequer consigo fazer uma faculdade. Tranquei e não voltei mais. Ainda estou muito longe dessa meta de trabalho.
Uma das atividades que me ajudava a sentir-me útil foi o trabalho voluntário no Centro de Valorização da Vida. Eu trabalhei lá, mesmo com pensamentos suicidas. Meu psiquiatra anterior ao que estou atualmente me dizia que não era bom para mim, pois ainda estava com pensamentos suicidas. O dono do centro espírita que eu frequento me disse que não era bom, pois eu podia pegar energias negativas, já que não estava preparado. Só o meu terapeuta acreditou em mim, quando eu dizia estar expurgando os pensamentos suicidas e o egoísmo através daquele trabalho voluntário.
Paralelamente ao trabalho voluntário no CVV, comecei a frequentar, por orientação do meu terapeuta os Neuróticos Anônimos. Me ajudou bastante também a perceber o meu egoísmo e me livrar dos pensamentos suicidas. Mas tive um problema no CVV. Prefiro não falar sobre ele, pois estou pensando em voltar ao CVV.
Está vendo, apesar de tudo tenho planos para o futuro. Pois é. Valeu a pena vir até o blog e começar a escrever. Olha a esperança renascendo. Não perco a minha fé. Existem vários caminhos. Deus me conhece e eu não preciso sofrer mais do que sofro, procurando religiões que não aceitam a homossexualidade. Deus me ama como eu sou. Pois sou um cara bom. A fase está um pouco difícil? Sim, está. Mas outras fases difíceis já surgiram. Já passei por dificuldades tantas e aqui estou. Devo pensar em meus amigos, na minha família e ser grato. Gratidão, para, só por hoje, não perder o controle emocional.
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terça-feira, 26 de julho de 2016
Isso também passa
Estou a espera da resposta do editor sobre o livro que
escrevi. Essa espera já dura uns dois meses. Semana retrasada ele me disse que
responderia no final de semana passado. Mas até agora nada. Um pouco ansioso.
Quero e preciso que esse livro seja publicado.
Sinto que devo uma satisfação à sociedade. Não concluí o
Ensino Superior. Não trabalho. Escrevo. Não tenho saído para eventos
literários. Pouco tenho saído de casa. Sim, é uma fase. Talvez os
estabilizadores de humor funcionem. Ainda há esperança. Não quero perder a
esperança. Mas a verdade é que estou passando por uma fase bastante difícil.
Vou superar. Vai passar. Tudo passa.
Semana começa na quarta-feira
Minha semana parece começar na quarta-feira, dia em que
tenho que sair de casa para a terapia. É numa cidade vizinha a minha e isso faz
com que eu demoro certa de 1h15 para ir, mais 2h de sessão, depois cerca de 30
minutos comendo algo, cerca de 1h30 até o centro espírita que passei a
frequentar, mais 1h20 no centro e 30 minutos até a minha casa. Então, quarta é
um dia em que eu fico longe de casa por bastante tempo.
Quinta também tenho compromisso: reunião dos Neuróticos
Anônimos. Leva 2h. Na sexta não tenho nada. Mas já está com cara de final de
semana.
O que eu faço nos dias em que não tenho nada para fazer?
Procuro manter a rotina de ler um pouco, escrever e assistir a um filme.
Estou com dificuldade para ler há algum tempo. Livros mais
informativos são tranquilos, mas analíticos são mais difíceis. O meu psiquiatra
disse que é porque estou com a concentração ruim ainda. Não sei se é isto.
Acontece que me sinto sufocado ao ler ou assistir a um filme um pouco mais dramático.
Escrever, consequentemente, tem sido mais difícil, já que esses combustíveis
(livros e filmes dramáticos) “estão em falta”. Então me falta inspiração, mesmo
assim, às vezes “baixa o santo”. Na próxima postagem escreverei mais sobre este
assunto.
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sexta-feira, 22 de julho de 2016
Sem rótulos
Estou tentando retomar este blog mais uma vez. Muita coisa
mudou. Troquei de psiquiatra. Os remédios também foram alterados. Agora estou
tomando dois estabilizadores do humor: Aristab e Lamitor. O psiquiatra tirou o
Geodon e o Dorene.
Introduzir o Aristab foi muito difícil. Sério, eu passei por
maus bocados. O psiquiatra me disse para substituir o Geodon por ele. Então
tomava à noite. Vivi momentos terríveis de insônia. Nem o Dormonid fazia
efeito. Foi então que tive a ideia de tomar pela manhã. O psiquiatra disse que
não fazia diferença. Mas a diferença foi enorme.
Passado o período de adaptação do Aristab, as manhãs
passaram a ser mais felizes. Eu tinha muita dificuldade com a manhã. Agora
passei a gostar dela. Não estou madrugando, pelo contrário, tenho acordado no
final da manhã, mais ou menos às 11h. Mas existe uma rotina. Assisto a um
telejornal. Sei lá, há sentido que não existia pela manhã.
O Lamitor ainda estou com uma dosagem pequena. Fiquei um mês
com 25 mg, agora estou com 50 mg. Sem Dorene de manhã e no final da tarde.
Falando em tarde, este período tem sido bastante difícil.
Penso: deveria estar trabalhando. Mas ainda não tenho condições. Então só me
resta aceitar isso e me adaptar a esta dificuldade.
Pensei em mudar de blog, criar um novo, porque não estou
mais diagnosticado como depressivo. Estou sem diagnóstico, com um transtorno de
humor. O psiquiatra disse que não iria me rotular. Sem rótulos, tudo bem,
embora eterno insatisfeito, eu me pegue pensando, de vez em quando, e até
pesquisando sobre transtornos. Hoje mesmo fiz teste para avaliar se sou
bipolar. Em 2013 recebi o diagnóstico de bipolar e fiquei muito preocupado. Depois de ser internado troquei de psiquiatra. Ele trocou os remédios e eu fiquei sem diagnóstico. Mas, voltando ao teste, é um teste online em um blog sobre psiquiatria. O resultado mostrou que
tenho chance moderada de ter transtorno afetivo bipolar. Chance moderada quer
dizer o quê? Meio termo? Nem sim, nem não. Sem rótulos.
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